Agosto: uma jornada de reflexões a partir das vocações religiosas
Agosto é conhecido por ser o mês vocacional, dedicado a refletir sobre a importância das vocações na vida das pessoas e na sociedade. Este mês é uma oportunidade para aprofundar a compreensão do chamado pessoal e comunitário, explorando diferentes formas de servir. Foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1981. Desde então, todo ano há um tema e, em 2024, esse fio condutor é “Igreja: uma sinfonia vocacional”, cujo lema é “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (Mt 9, 38).
A vocação vai além da simples escolha profissional; ela se refere ao propósito mais profundo e ao sentido de missão que cada indivíduo pode sentir em sua vida. Pode se manifestar de várias formas, como no exercício de profissões que beneficiam o bem comum, na dedicação a causas sociais, ou no compromisso com uma vida espiritual mais rica e significativa, a exemplo da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS).
Além disso, agosto é uma oportunidade para reconhecer e agradecer a todos aqueles que, com sua vocação, impactam positivamente a vida das pessoas ao seu redor. Seja no campo da educação, da saúde e do serviço social, seja em qualquer outro setor, o trabalho vocacional é fundamental para o progresso e a harmonia da comunidade. Cada domingo do mês é dedicado à celebração litúrgica de uma vocação específica: vocação sacerdotal, matrimonial, à vida consagrada e as vocações leigas. Portanto, agosto não é apenas um mês do calendário, é um convite à ação, um chamado para que cada um de nós reflita sobre a sua própria vocação e se empenhe em vivê-la de maneira plena e significativa.
1º domingo: celebramos com especial gratidão a Vocação Sacerdotal, reconhecendo e apoiando aqueles que dedicam suas vidas ao serviço e à espiritualidade. Que possamos todos encontrar e viver nossa vocação com amor e propósito!
2º domingo: comemoramos a Vocação Matrimonial, honrando aqueles que escolheram trilhar o caminho do amor e da parceria. Que possamos todos encontrar e abraçar nossa verdadeira vocação com fé e alegria!
3º domingo: louvamos a Vocação à Vida Consagrada, agradecendo a todos que escolheram viver em oração à serviço da vida religiosa. Que possamos nos inspirar em seu compromisso e encontrar nossas próprias maneiras de responder ao chamado divino.
4º domingo: destacamos a Vocação Leiga, reconhecendo o papel vital que cada pessoa desempenha nas vivências de fé e nos serviços à comunidade. Que possamos todos encontrar sentidos e propósitos em nossos caminhos e contribuir para um mundo mais justo e cheio de amor a partir da educação cristã inesiana.
Confira, abaixo, a reflexão da Diretora do Colégio, Ir. Celassi Dalpiaz, com 39 anos de vida religiosa, sobre os significados da sua vocação percebida no dia a dia.
O Mês de agosto faz memória às vocações para recordar e celebrar as diferentes possibilidades de escolhas vocacionais que podemos fazer. Porém, a vocação religiosa é assumida como uma missão, vivida e renovada todos os dias. A partir dessa escolha, precisamos, diariamente, renovar essa opção e torná-la viva e concreta em tudo o que somos e fazemos. Como em qualquer outro estado de vida, tem seus desafios, bênçãos e graças.
Precisamos cultivar essa escolha e nela colocar sentido, vivendo-a no cotidiano independente do ministério que temos. A vida religiosa não é uma profissão, vista como tal parece apenas um trabalho. Através da opção religiosa, vivo a minha missão de tornar Cristo visível pela minha presença, meu acolhimento e minha forma de exercer o meu trabalho. Ser testemunha todos os dias não é fácil, porém, pelo simples fato de sermos batizados, temos esse compromisso.
Vivemos em uma sociedade que, muitas vezes, apresenta apenas o estereótipo da vida religiosa e, em função disso, a nossa presença na vida das pessoas precisa ser um sinal que as lembre que somos chamadas e enviadas para testemunhar a presença de Cristo. Para ser esse testemunho, muitas vezes, precisamos ser um sinal de contradição do que a nossa sociedade preconiza. Quando a ênfase está no ‘ter’, nós precisamos mostrar que o ‘ser’ é bem mais importante. Viver só com o necessário é um desafio, mas também uma escolha que nos liberta para servir a todos, não importando o lugar nem o trabalho que fazemos. O cultivo diário da oração, da vida comunitária e do ministério são fundamentais para vivermos esse equilíbrio de vida.
São quase 40 anos de vida religiosa, que, no meu caso, foram dedicados à educação, na qual diariamente busco viver e testemunhar minha vocação religiosa sempre com mais entusiasmo e alegria. Fazer isso com constância, colocando sentido na possibilidade das pessoas se transformarem para transformar a sociedade, me faz acreditar que estou vivendo a minha missão religiosa e deixando um legado para o mundo.