Educar para conscientizar

No último sábado, 20 de novembro, celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, considerado um dos maiores líderes negros do Brasil. Nos diversos Níveis de Ensino, o tema foi trabalhado em atividades especiais.  O encontro dos Coletivos do Ensino Médio, na sexta-feira, contou com a parceria do GESI (Grêmio Estudantil do Santa Inês) e a participação Mestre em Ciências Sociais (ULBRA), Cristina GaminoTonial, e  da Doutoranda em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), Bruna Battsitelli.  A atividade, voltada para estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais e do Médio, teve como objetivo promover a conscientização em relação às diversidades e a efetivação de uma transformação social e cultural que explore a fundo as questões étnico-raciais, com ênfase nos saberes e epistemologias negras. “A consciência negra se efetua através de práticas diárias, contínuas e permanentes. A importância de marcarmos esse dia, em especial, está na reflexão sobre qual o nosso papel enquanto estudantes e educadores para o desenvolvimento dos processos de conscientização”, explica o Psicólogo Escolar Leonardo Garavelo ao ressaltar que a data serve, ainda, para honrar e reconhecer todas as lutas e as conquistas que já foram instituídas até hoje, fortalecendo os laços para os desafios atuais.

Também na última semana, para conversar e debater sobre a importância dos afro-brasileiros na construção da nossa sociedade, bem como suas lutas contemporâneas contra o racismo, os estudantes do Ensino Médio receberam a visita da psicanalista, escritora e mãe inesiana, Taiasmin Ohnmacht. Durante a aula do componente curricular de Sociologia, a autora falou sobre a literatura negra, o movimento feminista negro e a história da África, entre outros assuntos.

E como compreensão da diversidade é uma construção que inicia desde cedo, os pequenos da Educação Infantil não poderiam ficar de fora. Depois de cantar, dançar e encantar com as cirandas negras autorais da pernambucana Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá ou Lia Cirandeira, as crianças mergulharam fundo na literatura com a exploração de obras pra lá de especiais escritas por autores negros. Entre os títulos trabalhados nos últimos dias estão Meu crespo é de rainha (Bell Hooks), Meninas Negras (Madu Costa), Amoras (Emicida) e Esperando a chuva (Véronique Vernette). “É essencial promovermos o exercício do respeito à diversidade desde cedo, o que só acontece quando se conhece e admira culturas diversas, em especial, a cultura brasileira”, destaca a Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil do Colégio Santa Inês, Rosana Rego Cairuga, ao ressaltar a diversidade do nosso país. “Somos feitos de muitas histórias e cores”, conclui a educadora.