Movimentos que transformam: voluntariado na escola coloca jovens à frente de ações sociais

“No futuro, vou conseguir enxergar o mundo como um todo, e não só aquilo que eu vivo”. Isso é o que diz o estudante do 8º ano do Ensino Fundamental, Luiz Nunes, sobre o que o Voluntariado do Colégio Santa Inês vai deixar para a sua vida no amanhã.

Assim como ele, os mais de 40 estudantes que compõem a equipe vão se descobrindo a cada novo passo. “Como elas se sentiriam com a gente indo no espaço delas?”, questionava a estudante Giovana Becker, do Terceirão, quando entrou para o grupo de trabalho.

Hoje, ela já tem uma resposta. “Quando realizamos ações, a sensação é que não há diferenciação entre quem é voluntário e quem não é. A relação é mútua em participar e aprender uns com os outros”, completa a inesiana.

Rifa Solidária vai até 10 de julho

No momento, o grupo está promovendo uma Rifa Solidária para auxiliar colaboradores da escola que foram gravemente atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul. O resultado sai na nesta quarta-feira, dia 10 de julho – por isso, ainda é possível adquirir um número e colaborar. Clique aqui e participe!

Para além dos muros da escola

Embora nascido dentro do colégio, o trabalho voluntário dos estudantes ultrapassa os muros da escola e ganha as ruas com o propósito de ajudar quem mais precisa. Para começar, as ações têm endereço certo: a Casa Madre Teresa, no Morro Santana.

“Em uma das últimas saídas trabalhamos a literatura do Pequeno Príncipe e falamos sobre amizade. Os estudantes leram trechos, trabalharam a simbologia do livro, conversaram com as crianças...”, conta o coordenador da Pastoral e do Voluntariado, Josimar Philippsen.

Além de ações lúdicas, os jovens voluntários atuam em diferentes tipos de arrecadação, como a Páscoa Solidária, Campanha do Agasalho e distribuição de refeições. Ao mesmo tempo, a cultura e o entretenimento para enriquecer a vida de pessoas em vulnerabilidade nunca perdem espaço.

“A nossa próxima ação vai ser uma oficina de música lá na ‘Casinha’, pois temos dois estudantes que tocam violão e também meninas que cantam”, revela Josimar, que orienta os estudantes do 8º ano até o 3º ano do Ensino Médio em dois grupos de 20 participantes.

Apesar de terem destino certo, as ações levam ensinamentos para fora do Voluntariado e transformam a vida de quem participa. “Como o Josimar sempre fala, no voluntariado não cumprimos o papel de ‘salvar’ alguém. Estamos sempre buscando a troca de percepções, de jovens para jovens, ajudando e sendo ajudado", lembra Giovana.

Sensibilização começa em casa

Para quem pensa que o trabalho começa no lado de fora, está enganado. Antes e sair para ajudar o outro, o grupo passa por um processo de sensibilização e reflexão que nunca termina, mas caminha lado a lado com o movimento externo. “Esse trabalho transforma a maneira como enxergo a minha vida e a vida das outras pessoas”, retoma Luiz.

A iniciativa, que pode começar cedo, contribui para a formação humana na infância e na adolescência. Saúde, educação, meio ambiente, atividades voltadas ao bem-estar emocional... Independentemente do que seja, é esse tipo de comprometimento que poderá fazer do mundo um lugar melhor.

"Sinto que neste ambiente tenho voz para fazer acontecer. Em muitos espaços somos estimulados a pensar sobre o mundo a nossa volta, mas muitas vezes encontramos barreiras para colocar em prática. No Voluntariado temos, sim, como realizar o que pensamos”, conclui Giovana.