O Caquizeiro - Irmã Sônia Haydê Randazzo
O Caquizeiro
Não sei quando nasceste
Não há registro dos primeiros galhos
Mas sei que já te conheci crescido
Com frutos e ramos cobertos de orvalho.
Teu espaço aberto era um pomar
Com flores, árvores e um riacho delicado.
Que bela chácara, quando em 1946
Lá chegaram as crianças, quais anjos alados.
E quais florzinhas na primavera,
A 9 de setembro a escola começou.
Foi 1° Instituto, logo após Ginásio.
E como o caquizeiro, o Colégio se firmou.
Vêm outras estações, lá se vão as folhas,
Vêm novos anos e crianças outras, como não?
E cada ano novas levas de estudantes
Buscam mais espaço, cultura e educação.
Surgem novos prédios, lajes duras ocultam o pomar.
O arvoredo vai diminuindo, não há mais parreiras
Nem laranjeiras e goiabas, abacates e limoeiros
Há tantas crianças! E sempre surgem outras mais.
Chega o verão, que belos frutos!
É tempo de formatura, quantas faces lacrimosas!
Escola é lugar de passagem, vida em movimento
Mas os caquis, no tempo de férias, que furtas saborosas!
Em março, diz o poeta “as árvores
Se despedem para dormir” - as folhas a amarelar.
Novas searas de pequenos e grandes
Buscam na escola o saber: É tempo de semear.
E o caquizeiro permanece de pé,
Renovando-se anualmente,
Assim o Colégio inesiano cumpre sua missão
De educar firme, e constantemente.
Irmã Sônia Haydê Randazzo
2001