Conheça a Praça dos 4 Elementos: a natureza na essência do brincar

Quem  visita  a  Praça dos 4 Elementos  do  Colégio Santa Inês pela primeira vez pode pensar “de onde surgiu essa ideia? A resposta é fácil e dialoga perfeitamente com a essência da escola:  a escuta sensível do que falam as crianças.  
 

Foi ouvindo cada uma delas que a  Educação Infantil chegou a um conceito que combina brincar e aprender na mesma proposta – tudo isso integrado ao propósito de conectá-los com a natureza desde os primeiros anos de vida.  
 

Desenvolvido para bebês e crianças de até 6 anos, o espaço favorece o brincar livre, a inventividade e os desafios motores, além de proporcionar um contato importante com a essência do natural.  
 

"As crianças passam de 4 até 12 horas na escola e essa abordagem privilegia o contato com a natureza, gerando impacto direto no desenvolvimento emocional, intelectual e físico de cada uma delas”, comenta a coordenadora da Educação Infantil do Santa Inês, Rosana Cairuga.  
 

Além de criar um cenário saudável para o desenvolvimento infantil, a Praça dos 4 Elementos promove a consciência ambiental e a sustentabilidade – características essenciais para o futuro do planeta e, logo, das crianças.  
 

O ambiente, que desperta a criatividade e resgata a espontaneidade do brincar na natureza – tão comum em décadas passadas –, também ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e déficit de atenção.   
 

“Precisamos destacar as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, que recomenda ao menos 1 hora de acesso a ambientes naturais por dia, refletindo na saúde física, mental, emocional e social”, reforça Rosana.  
 

Por que 4 elementos?  

Gandhy Piorski, estudioso do brincar, desenvolveu a teoria do brincar com os quatro elementos da natureza: fogo, água, terra e ar. Para ele, cada elemento natural sugere um tipo de brinquedo, com movimentos e olhares específicos. Assim, somando as descobertas Piorski  à voz das crianças, surgiu a Praça dos 4 Elementos do Santa Inês.  
 

Os  brinquedos do fogo  são aqueles capazes de gerar explosão corporal e adrenalina. Um bom exemplo é a brincadeira de pular corda, que usa muitas expressões como "queimou" ou "foguinho". Atividades de sombra ou de encenar um cinema com lanternas ou velas também integram o elemento fogo.   
 

Enquanto isso, os  brinquedos da água  estimulam o olhar para a natureza, bem como a simetria e o equilíbrio. O melhor exemplo destes brinquedos são as coisas que flutuam, como barquinhos feitos com os mais variados materiais – sempre montados para não virarem com o movimento da água e não se afundarem nela.  
 

Já os  brinquedos do ar  são aqueles que ampliam a visão e os sentidos, trazem a contemplação, remetem a uma ideia de leveza e sugerem um deslocamento social. Esses podem ser representados por pernas de pau, pois a criança amplia sua visão do mundo, enxergando-o sob outra ótica. Petecas, pipas, aviõezinhos e todos os brinquedos que dependem de aerodinâmica simbolizam o ar.   
 

Por fim, os  brinquedos da terra  são aqueles do universo da casa, da família, dos pés no chão, que imitam a vida cultural, que têm contato com a matéria e que sugerem um enraizamento social. Brincadeiras de casinha, fazendinha, cozinha, montaria e lutas de espadas são alguns exemplos do elemento terra por sua dimensão cultural e por fazerem com que as crianças criem novas formas de cultura por meio da imaginação.  
 

Confira algumas respostas das crianças  à pergunta da professora Marilene Costa sobre o que é importante ter em uma praça. Essas falas inspiraram a escola na criação da Praça dos 4 Elementos  

 

“Pista de correr, como na Rústica. A gente precisa sentir o ar livre para não ficar sentado e enjoado na sala de aula.”  
 

“Bastante espaço. Quero correr e brincar. Eu também quero fantasias, um tobogã e um labirinto.”  
 

“Trepa-trepa é importante ter. A gente precisa se exercitar e se balançar."  
 

“Pula-pula para correr em volta e pular bem alto. Uma caixa de terra com plantinhas para regar. Potes novos para brincar na areia.”  
 

“Ter um riozinho para passar e brincar de castelo e pular por cima da água, colocar as mãos na água e, se puder, ter uma ponte amarela.”  
 

“Uma graminha e uma goleira de futebol para a gente jogar.”  
 

“Um gira-gira gigante e um aquário na praça.”  
 

“Um tobogã de água para cair numa piscina que não fosse funda ou um escorregador de bolinhas macias.”  
 

“Uma caverna para poder achar diamantes.”  
 

“Um lugar para escavar, um balanço e uma escalada.”  
 

“Veículos, tipo bicicletas... Cinco bicicletas. Poderia ser cinco veículos, cinco carrinhos de rolimã, cinco skates...”  
 

“Balanço. Eu gosto de me balançar e eu também gostaria que tivesse uma passagem secreta, tipo um túnel que a gente possa passar e sair do outro lado. Podia ter um alarme. Se alguém se machuca, aperta um botão e acende uma luz vermelha.”