Storytelling: a possibility to go beyond!

O momento de ensino remoto não descarta a intenção da equipe bilíngue de manter os aspectos lúdicos e afetivos que o ensino-aprendizagem em língua inglesa requer. Por esse motivo, as teachers do Programa Bilíngue têm contemplado, em seus planejamentos, vídeos de storytelling, que objetivam mais do que ensinar inglês; buscam desenvolver os vínculos afetivos, o encantamento com as propostas pedagógicas e o despertar para a leitura. Essa metodologia busca, ainda, fomentar o interesse pelas produções em língua inglesa e que refletem diversas culturas, temáticas e representações.

Contar uma história para as crianças, ou como podemos nos referir aqui em inglês: storytelling, explora mais do que ler o livro, movimenta elementos de linguagem que facilitam a aprendizagem de línguas. As escolhas dos livros desenvolvem saberes importantes nas crianças e nas teachers. “Esse olhar dinâmico, de apropriação e adequação dos conteúdos e temáticas que podem ser explorados por meio da literatura, é uma tarefa formativa significativa”, comenta o Coordenador de Ensino Bilíngue Eduardo Sampaio, ao destacar que o momento de ensino-aprendizagem remoto exige um olhar atento e dinâmico das teachers para sua própria necessidade formativa em aspectos ligados aos multiletramentos, ao fazer escolhas de ferramentas digitais para a preparação, gravação, edição e compartilhamento desses vídeos, continua Eduardo Sampaio.

“Quando penso em storytelling na quarentena, me vêm à cabeça um set de filmagem. Primeiro, trabalhamos no roteiro, pensando nas falas das protagonistas, na entonação da fala e nas pausas que precisamos fazer para que aconteça a comunicação com o telespectador. Depois, preparamos o cenário, arrumando o espaço, a iluminação e os elementos que vão aparecer na cena. É importante pensar no figurino, colocar o pijama de lado e arrumar o cabelo, caso a storytelling não seja sobre uma bruxa que está trancada em casa há 60 dias”, comenta a teacher Vanessa Zaniol, professora no 3º Ano Bilíngue. Antes de compartilhar a storytelling virtual com os telespectadores, a teacher Vanessa relata que passa por longas horas de letramento digital, “aprendendo sobre as ferramentas de edição, mixagem de som e as plataformas por onde iremos compartilhar a nossa obra. Tudo isso vale a pena, pois, quando finalizamos esta produção, sabemos que poderemos estar presentes na casa de cada um de nossos telespectadores, diminuindo um pouco a distância e a saudade tão grande que sentimos.”

O encantamento faz parte do querer aprender! Cada elemento cênico é pensado para despertar o interesse pela história contada e pode, assim, desenvolver habilidades de compreensão oral em língua inglesa e o interesse pela leitura. Aspectos importantes de linguagem são explorados nesse momento: as imagens do livro, o texto escrito, os personagens coloridos e diferentes, os figurinos, os gestos feitos pelas teachers, as mensagens que se quer passar e até mesmo o vídeo que foi produzido! Todos esses elementos auxiliam na aprendizagem do idioma e possibilitam maior identificação com a história.

Segundo Marianna Bitencourt, teacher no 2º Ano Bilíngue, criar storytelling de casa vem sendo um processo muito desafiador, mas muito rico e bonito. “Em sala de aula, nós contamos a história do livro, podendo utilizar objetos, fantasias, mímicas e outros recursos para tornar a compreensão oral mais fácil e divertida. Agora, de casa, além de estarmos explorando esses recursos, precisamos transformar nossa casa em palco, para atrair a atenção da criança num ambiente digital, onde temos concorrência de Youtubers, canais infantis especializados e outros recursos audiovisuais com infraestrutura e experiência nessa produção específica. Creio que o que nos diferencia é o afeto”, diz Marianna, ao falar sobre o laço afetivo com os estudantes, que continua firme e vem sendo ampliado pela saudade. “Por mais que não dominemos totalmente programas de edição de vídeo, que a luz do meu cômodo não seja ideal para gravação, ou que o áudio do meu notebook possa estar, por vezes, abafado, as crianças estão vendo a teacher ali dentro de casa. Elas invadem meu quarto, minha sala e eu entro na delas e isso nos aproxima de uma forma muito bonita. Nunca duvide da capacidade de uma professora de se reinventar, aprender e superar os obstáculos com amor e criatividade. Se, de um lado, pode faltar-nos experiência técnica no meio digital, por outro nos sobra vontade de nos superar, de ver que nossos estudantes estão aprendendo e carinho em tudo o que fazemos por e para eles”, conclui.

Para a teacher Cristiane Büllow, que atua na Educação Infantil e nos Anos Iniciais, o storytelling é uma ferramenta poderosa de comunicação e que, neste momento, mostrou-se uma forma efetiva para nos manter conectados. “Através do storytelling, temos a oportunidade de nos comunicar, despertando emoções nos nossos estudantes, o que faz com que eles possam identificar-se e se sintam mais próximos de suas professoras”, ressalta.

É um recurso também utilizado na imersão em língua inglesa do turno inverso, ou multiidade. A teacher Alessandra Moreira destaca a importância da exploração dos aspectos lúdicos na aprendizagem de língua inglesa para crianças. “Escutar uma história é viajar, sem sair do lugar, é imaginar um mundo de possibilidades, conhecer personagens e (re)conhecer a si próprio. Cada vez que conto uma história, imagino os olhinhos brilhando a cada frase, e isso me conecta com as crianças, mesmo agora, sendo em um ambiente virtual. Acredito que, através do storytelling, continuamos a comunicar-nos com os estudantes, podendo demonstrar todo nosso carinho e, por que não dizer, incentivando-os a criar suas próprias histórias”, conclui.

Confira alguns vídeos de storytelling produzidos no Programa Bilíngue: