Educação Infantil
A infância como presente
Na mais recente edição do Conversa em Família destinado às famílias da Educação Infantil, o Colégio Santa Inês abriu suas portas para um momento de reflexão e troca dedicado às famílias das crianças da Classe Bebê ao Nível 4, a partir do tema: A infância como presente: reflexões sobre a primeira infância, seu desenvolvimento e os desafios na criação das crianças.
O encontro contou com a presença da psicóloga Bianca Sordi Stock e da professora Maria Carmem Barbosa, que convidaram as famílias a olhar para a primeira infância como um tempo singular, potente e cheio de descobertas. As palestrantes trouxeram provocações sobre o papel dos adultos no desenvolvimento infantil e sobre os desafios contemporâneos de criar e educar crianças de zero a seis anos em um mundo cercado de constantes transformações.
A presença que constrói vínculos
Entre os muitos temas abordados, destacou-se a importância da presença verdadeira dos pais e responsáveis na vida dos filhos, uma presença que vai além do estar fisicamente junto. Estar presente é compartilhar momentos, escutar, brincar e participar das pequenas descobertas do cotidiano, como convidar o filho para cozinhar, contar uma história ou observar o entardecer juntos.
As especialistas reforçaram que as crianças aprendem por meio da interação e do brincar. Na escola, essas experiências ganham força na convivência com os pares, os jogos e brincadeiras com regras, e as situações em que precisam esperar, negociar e cooperar. Tudo isso contribui para o desenvolvimento da autorregulação, da empatia e da ética no cuidado.
Brincar é um direito e, também, um elo cultural
As palestrantes lembraram que o direito à participação e o direito ao brincar são garantidos na Convenção sobre os Direitos da Criança. Brincar é, portanto, uma linguagem essencial da infância e uma forma de aprender sobre o mundo.
Mesmo em casa, as crianças precisam de parceiros de brincadeira e, muitas vezes, esses parceiros são os próprios adultos. É nessa troca que ocorre a transmissão cultural das brincadeiras, o compartilhamento de memórias, valores e afetos que se perpetuam de geração em geração.
Tempo, contemplação e reconhecimento
Outro ponto de destaque foi a importância de oferecer tempo de qualidade e espaços de contemplação. A infância precisa de pausas, de momentos de silêncio e de observação. As crianças não precisam ser protagonistas o tempo todo, podem também ser coadjuvantes, participar de situações em que observam, escutam e aprendem com o outro.
As palestrantes também abordaram a diferença entre elogiar e encorajar. O encorajamento se baseia no reconhecimento genuíno das ações e esforços da criança, promovendo autonomia e senso de significância. Expressões como “eu notei que você se lembrou de respirar até se acalmar” ajudam a colocar o lócus de regulação na própria criança, fortalecendo sua capacidade de se autorregular e de se perceber capaz.
Cuidar é um ato ético
Por fim, a conversa ressaltou que o cuidado com a infância é, antes de tudo, um compromisso ético. Significa respeitar seus tempos, suas formas de expressão, suas emoções e seus direitos.
O Conversa em Família reafirma o compromisso do Colégio Santa Inês em construir uma comunidade educativa que reconhece o valor da infância e o papel essencial das relações no desenvolvimento humano. Mais do que um evento, foi um convite a olhar a infância como aquilo que ela é: um presente, no sentido de dádiva, e também de tempo presente, que merece ser vivido com atenção, afeto e presença.
Leia, na íntegra, a crônica escrita pela Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil, Rosa Cairuga.
A infância como presente
No livro “Memórias inventadas”, o poeta Manuel de Barros em sua linguagem mágica e figurada conta que por ocasião de seu aniversário a mãe o presenteou com um rio. Ao irmão prometeu em sua data de nascimento lhe dar uma árvore coberta de pássaros. A criação do escritor em sua beleza metafórica de carga poética singular, deixa ao leitor outras formas possíveis de presentear uma criança, então convoco você que lê este texto para que possa fazer uma reflexão sobre o presente que gostaria de dar a uma criança. Tomemos agora o dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e dia Nacional da Criança, conforme Decreto Lei nº 4.867, de 5 de novembro de 1924 (sendo que a data somente foi comemorada a partir de 1960, por motivos meramente comerciais), para presentear as crianças com o direito a sua infância! A sociedade, o governo, as famílias darão como regalo às crianças o melhor de todos os presentes: o direito a todas às crianças de viverem a sua infância em plenitude! A violência contra a criança, o trabalho infantil, a falta de acesso à saúde, a escolas de qualidade e o desrespeito à sua individualidade darão espaço para a proteção, as conversas olho no olho, as narrativas de ternura indicativas dos limites, o respeito às diferenças, a escuta sensível daquilo que querem dizer e dos seus sentimentos. O tempo curto imposto para a vivência do infantil, a pressa cotidiana, a inserção antecipada no mundo adulto, a hiperestimulação digital, o consumismo infantil e o erotismo precoce darão espaço ao tempo vivido sem paradas abruptas, à convivência em família e com os amigos, às conversas simples do cotidiano, aos porquês fundamentais na descoberta do mundo, às brincadeiras de faz de conta, as rodas cantadas, as parlendas, as músicas, às histórias que povoam o imaginário e o contato irrestrito com a natureza. Dessa forma, as crianças presenteadas com a sua infância nós adultos ganharemos outro grande presente: a esperança de vivermos em um mundo melhor!
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