
Silêncio, meditação e escuta no cotidiano escolar
Com o objetivo de promover o autoconhecimento dos estudantes, o Colégio Santa Inês vem desenvolvendo um projeto de cuidado com a saúde mental por meio de práticas de silêncio, meditação e acolhimento, inspirado pela cultura de contemplação e oração das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS) e integrado às atividades da Rede Shalom e da Comunidade Mundial de Meditação Cristã. A iniciativa é orientada pela Pastoral Educacional e é estruturada de forma gradual e respeitosa, da Educação Infantil até o Ensino Médio.
Em cada etapa, os estudantes são convidados a desacelerar, respirar fundo e silenciar não apenas o ambiente ao redor, mas também os ruídos internos, cultivando uma postura de escuta sensível - na disciplina de Ensino Religioso, por exemplo. Essas práticas, fundamentadas na espiritualidade cristã, ajudam os estudantes a estabelecerem uma conexão profunda consigo, com os outros, com o mundo e com Deus, promovendo uma vivência mais significativa da fé no cotidiano escolar.
Desde as crianças da Educação Infantil, os momentos são conduzidos de forma lúdica e afetiva, utilizando histórias, músicas suaves e recursos sensoriais para facilitar a concentração. As crianças aprendem, de maneira espontânea, a prestar atenção ao presente, aos próprios sentimentos e ao que está à sua volta, desenvolvendo uma consciência interior. A partir do Ensino Fundamental, a prática da meditação cristã é introduzida com sessões breves e adaptadas à idade. Um dos princípios metodológicos adotados é a repetição silenciosa de uma palavra sagrada ou significativa – como “paz”, “amor” ou “luz” (Maranata) – como meio de focar a mente e se conectar com o sagrado.
Segundo a equipe da Pastoral Educacional, os resultados são visíveis: estudantes se tornam mais concentrados, calmos e empáticos, com maior facilidade para lidar com desafios emocionais e relacionar-se de forma respeitosa com os colegas. “Percebemos uma transformação no ambiente escolar como um todo. As crianças e adolescentes encontram um espaço de escuta e espiritualidade que os fortalece para os desafios da vida”, destaca o Coordenador da Pastoral, Josimar Philippsen.
Mais do que uma técnica, a meditação cristã é vivida no Colégio Santa Inês como um projeto pedagógico-pastoral, que promove uma cultura de paz, respeito mútuo e integração entre fé, conhecimento e vida. A prática regular de contemplação contribui não apenas para o bem-estar individual, mas também para o fortalecimento da comunidade educativa como um espaço de sentido, acolhida e transformação.
Assim, a escola reafirma seu compromisso com uma formação integral, capaz de despertar em cada estudante a capacidade de olhar para dentro, ouvir a própria consciência e abrir-se ao mistério de Deus que habita o silêncio. Ao ensinar os estudantes a parar, respirar e silenciar, o Colégio está oferecendo mais do que uma técnica: está educando para a vida, formando pessoas mais conscientes, sensíveis e abertas à presença de Deus no cotidiano. Em um tempo tão acelerado, esse projeto é uma verdadeira resposta educativa e espiritual às necessidades mais profundas das novas gerações.
Além disso, é um processo que auxilia o autoconhecimento, visto que é uma competência requerida pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e uma possibilidade de aprendizagem a partir da escuta de si. O autoconhecimento possibilita a mudança e desenvolvimento integral.
Mais do que momentos pontuais, experiências como a meditação fazem parte de uma rotina que valoriza o ritmo interior, o tempo de escuta e o respeito ao sagrado presente em cada pessoa. Em sala de aula, o silêncio não é entendido como ausência, mas como presença atenta. Ele prepara o coração e a mente para acolher valores como a compaixão, a solidariedade e o perdão — essenciais à formação ética dos estudantes.
Os momentos de partilha e o silêncio meditativo tornam-se pontes entre o conhecimento religioso e a vivência concreta dos valores cristãos. O silêncio, a meditação e a escuta tornam-se, assim, caminhos de aprendizagem profunda, que tocam não apenas a mente, mas o coração dos inesianos.