
Usos criativos e a importância dos materiais não estruturados na Educação Infantil
A proposta pedagógica da Educação Infantil do Colégio Santa Inês contempla a utilização de materiais não estruturados nas atividades cotidianas. O que antes era proposto nas listas de materiais, agora é substituído por itens que muitas famílias já possuem em casa, e isso tem trazido benefícios tanto para o processo de aprendizagem das crianças quanto para o meio ambiente, proporcionando uma nova forma de reutilização dos materiais, bem como uma conscientização sobre a preservação do meio ambiente.
Os bebês e as crianças são desafiados a explorar diferentes formas, texturas e possibilidades dos materiais. Itens como caixas de sapato, tampinhas de garrafa, embalagens, CDs, DVD, galhos e retalhos de tecido, por exemplo, desenvolvem o pensamento criativo, pois não possuem um único uso ou propósito, mas uma multiplicidade de ideias. Assim, eles podem envolver-se ativamente na construção do conhecimento, seja criando brinquedos, realizando atividades artísticas ou até mesmo desenvolvendo novas formas de explorar e criar objetos.
Outro benefício significativo dessa abordagem é a redução de custos, por exemplo, ao diminuir o número de folhas por outros suportes como o papelão que vem em embalagens. Além disso, essa prática tem um impacto positivo no meio ambiente. Ao reaproveitar objetos que, normalmente, seriam descartados, as famílias e a escola contribuem para a redução do lixo, estimulando o consumo consciente e a sustentabilidade.
Os materiais não estruturados também ajudam no desenvolvimento de habilidades essenciais para os bebês e para as crianças. A manipulação desses itens, seja para atividades de pintura, montagem de brinquedos ou criação de jogos, contribui para o desenvolvimento da coordenação motora fina, percepção sensorial e senso estético. Cada novo desafio traz oportunidades de expressão e aprendizagem, permitindo que os pequenos experimentem, entendam a relação entre causa e efeito, e aprimorem a habilidade manual.
Além dos benefícios individuais para os inesianos, essa prática também amplia a conscientização da comunidade escolar sobre a importância de reaproveitar materiais e reduzir o desperdício. Transformar objetos descartados em novos recursos para a educação é uma maneira prática de ensinar sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Ao criar algo novo, os bebês, as crianças e suas famílias desenvolvem um olhar crítico e criativo, aprendendo a valorizar o que poderia ser descartado e a dar novos destinos aos materiais, evitando, assim, o descarte imediato e transformando esse apoio para as possibilidades de ação criativa.
Os exemplos de como esses materiais podem ser utilizados são diversos. As caixas de sapato podem ser transformadas em bases para desenhar, pintar, colar e esculpir, enquanto as lâminas de raio X podem servir teatro de sombras e brincadeiras com transparências. As tampinhas de garrafa e os galhos podem ser utilizados para criar jogos de encaixe ou até mesmo pequenas esculturas, enquanto os retalhos de tecido podem virar acessórios ou adereços para as atividades de fantasias.
Alguns outros materiais úteis são:
Caixas de papelão (podem se transformar em painéis, cenários ou até mesmo no jogo de construção);
Desodorante rolon (ótimo para criar carimbos);
Bandejas de isopor (usadas para apoiar tintas ou como base para montagem de objetos e também para fazer carimbos);
Potes de iogurte, amaciante e shampoo (podem se tornar organizadores, instrumentos musicais ou parte de uma estrutura maior);
Sementes secas (podem ser usadas para formar texturas ou para atividades que envolvem a natureza no cotidiano).
Essa prática atende quatro pilares essenciais:
Criatividade – Os materiais não estruturados incentivam a inovação e o pensamento livre.
Qualidade – Mesmo sendo materiais simples, eles oferecem uma qualidade pedagógica, estimulando habilidades importantes.
Economia – Ao reaproveitar o que já temos em casa, os custos são significativamente reduzidos.
Preservação do meio ambiente – Ao dar novos usos a materiais descartados, os bebês, as crianças e as famílias contribuem para a sustentabilidade.
Portanto, o uso de materiais não estruturados na Educação Infantil é mais do que uma simples mudança na lista de materiais. Trata-se de um convite à criatividade, à exploração e à aprendizagem por meio de experiências reais e tangíveis. Ao adotar essa prática, o Colégio Santa Inês não só estimula o desenvolvimento de habilidades fundamentais nos pequenos, mas também promove uma consciência e comportamento ecológico e econômico, ajudando a construir um futuro mais sustentável e criativo para todos.
O mais importante, no entanto, é lembrar: caso a família não possua esses materiais, não é necessário comprá-los. O foco é reaproveitar o que já existe, dando novos significados ao que já temos em casa.
Microrrevoluções: como mudar o mundo e o futuro? Começando por você!
Despertar os bebês, as crianças, as famílias e demais integrantes da comunidade do Colégio Santa Inês para entender o que nossos impactos causam no planeta – ressginificando o uso de embalagens no cotidiano escolar - é uma microrrevolução (conceito que compreende pequenas ações que todos devem fazer para cuidar melhor do mundo). Você sabia que 1/3 do lixo plástico do mundo é de embalagens? A partir do entendimento do consumo e de sua real necessidade será possível deixar marcas e não rastros de lixo.
Para além dos muros da escola, trocar as escovas de dente de plástico pelas de bambu e levar sacolas retornáveis ao invés de pegar as plásticas são alguns exemplos para repensarmos para onde vai o que jogamos fora, visto que o plástico pode durar 400 anos na natureza e, no Brasil, reciclamos apenas 2% e a média mundial é de 9%, conforme dados da ONG WWF.
Para fortalecer nossa forte corrente como sementes para um mundo melhor, conheça e inspire-se no trabalho das Verdes Marias, criadoras do conceito de microrrevolução, assistindo ao vídeo: https://youtu.be/Nopdmz9NKWw?si=GmQrZK8V6mm5sOn6.